Compreendendo as percepções e o engajamento com a Bíblia entre os jovens adultos

A transição para a vida adulta é muitas vezes marcada por um crescimento significativo, exploração de novos interesses e o lidar com desafios complexos. Uma pesquisa recente (feita colaborativamente entre o Reclaim Today, o Dr. Todd Hall da Spiritual Metrics e o Centro de Pesquisa Bíblica) lança luz sobre as experiências de vida de jovens adultos de 18 a 36 anos, de forma integral, incluindo seu bem-estar espiritual, percepções da Bíblia e envolvimento com a Palavra de Deus. 

O objetivo geral do estudo foi entender melhor as necessidades e as dificuldades desse grupo demográfico, reconhecendo que eles correm um risco maior de solidão, um desafio ampliado pela recente pandemia (Malcom, 2020). Descobrimos que os jovens adultos estão de fato sentindo o impacto duradouro da pandemia em sua saúde mental, conexões sociais e bem-estar geral. De forma encorajadora, nosso estudo mostra que aqueles que leem a Bíblia com frequência, participam de grupos de estudo e meditam em conteúdo cristão relatam níveis mais altos de bem-estar geral, satisfação e sentido na vida. Mesmo enfrentando dificuldades, cristãos apresentaram índices de 7% a 17% mais altos de satisfação com a vida e otimismo do que os que não creem, e um número significativo de 80% relatou sentir a presença de Deus. A fé traz esperança (Hebreus 11:1; Romanos 15:13).

No entanto, a jornada de fé dos jovens adultos, inclusive dos cristãos, não é isenta de desafios. Muitos estão lutando tanto na área emocional quanto na espiritual. Mesmo entre os cristãos, “passar tempo com Deus” e entender a relevância diária da Bíblia são áreas de dificuldade. Para uma parcela significativa de jovens adultos, também existe uma tensão entre os entendimentos tradicionais da Bíblia e as complexidades da vida moderna. Em geral, os cristãos têm uma visão muito mais positiva da Bíblia, vendo-a como “digna de ser lida, vivificante, confiável, a verdade suprema e precisa”. Em contraste, os não cristãos estão mais inclinados a ver a Bíblia como “desatualizada”, “confusa”, “chata” e até mesmo “perigosa”. É interessante notar que, mesmo entre os crentes, uma porcentagem notável dos entrevistados não selecionou termos como “confiável” e “preciso” para descrever suas opiniões sobre a Bíblia. 

A idade também desempenha um papel importante. Os indivíduos do grupo mais velho (25-36) relataram uma pontuação média de bem-estar espiritual 5% maior do que o grupo mais jovem (18-24). Indo mais a fundo, descobrimos que os adultos mais jovens (18-23) têm maior probabilidade de selecionar declarações negativas sobre a Bíblia (“desatualizada”, “chata” e “confusa”) em comparação com seus colegas mais velhos (24-36). Além disso, os entrevistados mais jovens tendem a lutar mais contra a dúvida sobre a relevância atual e a precisão da Bíblia.

As motivações para o engajamento com as Escrituras também são diferentes. Os adultos mais jovens tendem a ler a Bíblia porque alguém lhes disse para fazê-lo ou em razão do trabalho/estudos, enquanto os adultos mais velhos são mais motivados pelo desejo de aprender, encontrar respostas e ouvir a voz de Deus.

Essas percepções ressaltam a importância de ajudar os jovens adultos a desenvolver conexões significativas com a Palavra de Deus. À medida que eles navegam pelas complexidades da vida, proporcionar oportunidades de ver a relevância prática das Escrituras pode oferecer-lhes a base sólida que buscam em um mundo de constante mudança.

  • Para os não cristãos, abordar as percepções negativas e destacar os aspectos “interessantes” da Bíblia pode ser um passo inicial. Mostrar como as Escrituras abordam questões e experiências humanas universais pode despertar a curiosidade deles.
  • Para os cristãos mais jovens, é fundamental enfatizar a relevância prática da Bíblia para seus desafios atuais e criar ambientes motivadores e propícios para o diálogo.
      
  • Para os cristãos mais velhos, oferecer caminhos de estudo e análise mais profundas das Escrituras, assim como oportunidades para dialogar acerca de suas perguntas e dúvidas, pode ajudá-los a desenvolver uma conexão mais forte com a Bíblia. 

Por fim, criar comunidades em que o engajamento com as Escrituras seja demonstrado, incentivado e conectado à vida real é vital para o bem-estar espiritual dos jovens adultos. Ao reconhecer suas diferentes percepções, enfatizando sua relevância, compreendendo suas motivações e criando comunidades de apoio, podemos ajudar essa geração a descobrir o poder transformador da Bíblia.

 

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The Wellbeing Report: Analyzing Discipleship Opportunities for Gen Z and Millennials 

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