A vida espiritual das pessoas em todo o mundo: além da superfície

Em que realmente acreditam os seguidores das religiões de todo o mundo? Embora seja bastante simples encontrar ensinamentos formais de diferentes religiões on-line ou em uma enciclopédia mundial, uma compreensão abrangente requer a análise das práticas cotidianas de seus seguidores. O Centro de Pesquisa Bíblica (CPB) explorou a vida espiritual de indivíduos de seis grandes religiões: budismo, religião tradicional chinesa, hinduísmo, judaísmo, islã e cristianismo. Analisamos dados de quase 10.000 participantes em 20 países, explorando suas crenças, práticas espirituais e engajamento com textos sagrados. Também examinamos suas lutas espirituais e a disposição de pessoas de diferentes religiões em se engajar com a Bíblia. Nosso objetivo era duplo: entender melhor as experiências vividas por pessoas de diferentes religiões e ajudar os seguidores de Cristo a compartilhar o evangelho de forma mais eficaz.

 

Um resumo da vida espiritual das pessoas em diferentes religiões 

A maioria das religiões tem uma crença básica em uma existência espiritual e acredita que as decisões diárias afetam o futuro. A incerteza sobre a vida após a morte e o medo são experiências comuns, independentemente da fé de uma pessoa. Além disso, muitas pessoas em todo o mundo têm um forte desejo de crescimento espiritual.

O conceito de oração e a forma como o indivíduo se comunica com Deus (ou com os deuses) diferem muito entre as religiões que examinamos. O nível de engajamento com textos sagrados também varia significativamente.

As motivações para se engajar com textos sagrados variam entre aprender a respeito do divino, obter sabedoria para uma vida melhor e encontrar conforto. Também descobrimos que as pessoas que seguem outras religiões geralmente estão abertas a ler a Bíblia cristã, se tiverem a oportunidade.  

 

Saber que uma porcentagem significativa de não cristãos está disposta a se envolver com a Bíblia pode incentivar mais seguidores de Cristo a evangelizar. Além disso, aprender mais a respeito desses diferentes grupos religiosos e por que as pessoas se engajam com textos sagrados também pode ajudar os cristãos a compartilhar suas crenças com outras pessoas de forma eficaz.

Veja a seguir uma análise mais detalhada das principais descobertas de cada grupo religioso: 

 

  • Budistas: O budismo enfatiza a iluminação pessoal por meio da conduta moral, da atenção plena (“mindfulness”) e da sabedoria, em vez da adoração de um deus. Embora a maioria dos budistas considere que é a religião certa para eles (70%), menos acreditam que seja o único caminho para a verdade (40%). Muitos não têm certeza do que acontece após a morte. Para os budistas, a oração e a meditação são um meio de se concentrar na transformação interior. Entretanto, o engajamento com textos budistas é relativamente baixo em uma semana normal (40%). Um dos principais motivadores para se engajar com textos espirituais é obter sabedoria, e muitos budistas estão abertos a engajarem-se com a Bíblia cristã (51%). O medo e a ansiedade são lutas comuns para os budistas.
  • Seguidores da tradição chinesa: Esse grupo acredita em um reino espiritual que espelha o mundo atual, com divindades, seres imortais e um mundo Yin onde os mortos são julgados. Os adeptos desta tradição são os menos propensos a se sentirem confiantes de que sua religião é a certa para eles. Muitos não têm certeza sobre o que acontece após a morte (um terço), incluindo o conceito de reencarnação. Eles também não têm certeza sobre seu próprio destino após a morte (46%). Venerar os ancestrais é uma prática comum, mas não há um único texto sagrado. Mais de um terço dos adeptos dessa fé leem os escritos de Confúcio e 27% leem os ensinamentos de Buda. Muitos são motivados pelo desejo de sabedoria para viver uma vida melhor e estão abertos à Bíblia cristã (62%). O medo e a ansiedade são as principais lutas espirituais desse grupo.
  • Hindus: O hinduísmo enfatiza um espírito supremo chamado Brahman, bem como vários deuses e deusas. Os hindus geralmente são devotos e têm grande interesse em assuntos espirituais. A fé inclui o conceito de reencarnação a partir do carma, com o objetivo de libertação (moksha), embora não haja um consenso universal sobre a existência espiritual após a morte. A maioria dos hindus têm práticas regulares de adoração, oração e meditação e são motivados pelo desejo de sabedoria. Em geral, eles estão abertos à Bíblia cristã (73%). A comunicação pessoal com os deuses é um ponto de afinidade com muitos hindus. As lutas espirituais comuns incluem medo e ansiedade, gastos excessivos, fofocas e desânimo.
  • Judeus: Embora compartilhem uma herança comum, os judeus têm crenças e práticas diversas. A maioria se sente confiante de que sua religião é a certa para eles (75%), embora uma porcentagem menor sinta que é o único caminho verdadeiro para o crescimento espiritual (36%). O judaísmo não tem um dogma específico com relação à vida após a morte, e muitos judeus não têm certeza acerca de seu destino após a morte (45%). As práticas pessoais de fé não desempenham um papel importante na vida cotidiana de muitos judeus. A motivação mais forte dos judeus para se engajar com um texto sagrado é o conforto em momentos difíceis. Os judeus demonstram menos familiaridade e disposição para se engajar com a Bíblia cristã. As orações são vistas como introspecção sobre o papel de cada um no universo. Os judeus também costumam lutar contra o medo e a ansiedade.
  • Muçulmanos: Com quase dois bilhões de adeptos em todo o mundo, o Islã é uma fé monoteísta baseada nas revelações recebidas pelo profeta Maomé. O Islã enfatiza a submissão à vontade de Deus (Alá). Os muçulmanos têm os índices mais altos de práticas de oração e de leitura de seu texto sagrado, o Alcorão. A maioria dos muçulmanos segue sua religião assiduamente (95%) e acredita que ela é o único caminho verdadeiro (74%). O Islã ensina que, após a morte, os indivíduos enfrentam o julgamento de Alá. Para os muçulmanos, as motivações mais importantes para se engajar com textos espirituais são aprender mais a respeito de Deus e sentir proximidade com Ele. Eles estão abertos a se engajar com a Bíblia cristã. O conceito de se comunicar pessoalmente com Deus é pertinente para os muçulmanos. Esse grupo frequentemente luta com sentimentos de culpa, medo e estagnação espiritual.

 

Embora a pesquisa tenha revelado diferenças significativas em crenças e práticas espirituais, encontramos temas comuns em todas as tradições religiosas. Em geral, as pessoas em todo o mundo têm um forte desejo de crescer espiritualmente. Além disso, muitos estão abertos a se engajar com a Bíblia cristã. Aprender mais a respeito desses diversos grupos religiosos e suas motivações para ler textos sagrados pode ajudar os seguidores de Cristo a abordar outras pessoas com compaixão, respeito e compreensão, o que levaria a melhores conversas e a uma conexão mais autêntica com a Palavra de Deus.

 

Veja pesquisas relacionadas do CPB (em inglês):

Faith in Real Life: An In-Depth Look at the Spiritual Lives of People around the Globe

[Infographic] Jamaica Spiritual Needs Assessment 

Bible Engagement in New York City 

 

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